Os frequentadores do Centro Integrado de Atendimento à Pessoa com Deficiência e do Idoso (Ciapi) assistiram à palestra “Homem também precisa se cuidar”, dentro das atividades da campanha mundial Novembro Azul, voltada à conscientização sobre o câncer de próstata.
O evento foi conduzido pelo médico urologista, Paulo Sérgio Abreu, que explicou de forma didática, desde a fase inicial da doença até os tratamentos disponíveis atualmente.
A próstata é um órgão masculino, que fica logo abaixo da bexiga, muito importante, principalmente, na fase reprodutiva do homem e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, representando cerca de 29% dos casos de câncer, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O especialista disse que é comum o órgão sofrer alterações, a partir dos 40 anos, como a hiperplasia (aumento) prostática. Mas isto não quer dizer que haverá evolução para um câncer.
Sobre os riscos, o urologista declarou que as estatísticas mostram que este é um câncer hereditário, então é preciso analisar o histórico familiar do paciente (pai e irmãos). É mais incidente em homens da raça negra. A obesidade também aumenta o risco e também hábitos alimentares, principalmente consumo de alimentos processados, à base de muito açúcar e comidas gordurosas.
“O câncer de próstata não apresenta sintomas no início. Por isso essa doença é a segunda entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele. Vinte por cento dos pacientes recebem o diagnóstico com a doença em estágio avançado. Daí a importância dos homens irem ao médico e fazerem o exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, que é responsável por 20% dos diagnósticos. Se houver necessidade há exames complementares como a ressonância magnética multiparamétrica da próstata e a biopsia transretal”, afirmou Abreu.
Entre os principais sintomas do câncer de próstata estão a dificuldade para urinar, sensação de bexiga cheia mesmo após ir ao banheiro, diminuição do jato de urina, dores na região pélvica e presença de sangue na urina ou no sêmen.
A respeito dos tratamentos, o médico explicou que há a prostectomia radical, ou seja, a retirada total do órgão por cirurgia aberta, ou por laparoscopia ou pela técnica com robô assistido. Há também o tratamento por radioterapia e num último recurso, quimioterapia.
“Pode haver efeitos colaterais como impotência e incontinência urinária (perda de urina). Mas tudo depende da conduta e reação de cada organismo”, esclareceu.
Após a explanação do urologista, foi aberta ao público a possibilidade de esclarecer dúvidas. Um dos que se manifestaram foi Roberto Batista, 63 anos. “Tive o diagnóstico de hiperplasia. Mas, medicações para ampliar o canal urinário e diminuir a próstata tem efeitos colaterais, principalmente, na vida sexual. Então, faço atividades físicas regularmente e cuido da minha alimentação. Vou também de seis em seis meses fazer controle médico”, declarou.
Outro que fez questão de prestar testemunho sobre a convivência com a doença, foi Antônio Carlos Dias, 73 anos.
“Aos 50 anos, meu PSA estava alto, fora da normalidade. Comecei com acompanhamento médico e consegui baixar a taxa. Porém, em 2018, o médico constatou o tumor e decidiu pela cirurgia. Em 2023 tive que passar por radioterapia. Hoje estou bem, praticando vôlei, hidroginástica, participando de aulas de teatro e me sinto muito bem. Estou zerado. Aconselho a todos fazerem os exames, periodicamente, sem medo”, disse.
O doutor Paulo Sérgio ressaltou ainda que homens têm mais dificuldade de ir ao médico para exames de rotina, diferente das mulheres que tem por hábito consultar ginecologistas. “As mulheres têm papel fundamental no alerta para o câncer de próstata. Muitos homens chegam ao consultório por meio delas. O principal e manter a saúde em dia. Se descoberto no início, o câncer de próstata tem um probabilidade de 90% de cura”, finalizou.
Novembro Azul
Todo 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, data que deu origem ao movimento Novembro Azul, que teve início em 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina.
A campanha Novembro Azul visa conscientizar sobre o câncer de próstata e reforça a importância do autocuidado, do diagnóstico precoce e do acesso à saúde entre os colaboradores e a população.
A recomendação médica é que, a partir dos 50 anos, homens realizem exames anuais de toque retal e dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico). Para aqueles com histórico familiar da doença, recomenda-se iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos.
Diariamente, 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata e, aproximadamente, 3 milhões vivem com a doença. É a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil.
Ciapi promove palestra sobre conscientização do câncer de próstata dentro da campanha Novembro Azul – Prefeitura de Caraguatatuba